Dr. Otávio Boaventura
Em 8 de março, foi realizada uma sessão do Paper Club, em que o artigo do Dr. Carlos Eduardo Leão - http://www.rbcp.org.br/details/1857/pt-BR/transplante-de-barba - foi apresentado e discutido pelo colega André Giannini de Belo Horizonte. Segue um resumo do trabalho que foi, em seguida, moderado pelo autor do artigo.
A barba é um atributo estético que marca a identidade do homem. O importante e pioneiro artigo do Dr. Carlos Eduardo Leão objetiva mostrar a importância atual e a grande evolução atingida pelas técnicas e táticas da restauração capilar para a região da barba.
A idade varia entre 23 e 64 anos. Os pacientes imberbes representam 60%; já 30% queixam-se de barba falhada e 10% procuram a cirurgia para camuflagem de cicatrizes.
O mapeamento da barba nos diferentes segmentos da face, sempre incluindo o bigode e cavanhaque, mostra que a direção do crescimento dos fios é individual.
Existe um padrão que se repete numa significativa amostragem o que facilita enormemente o planejamento e desenho da nova barba.
Na maioria das vezes, os pacientes optam pelo padrão tradicional, mais comportado, cujo traçado inferior, mais angulado, ultrapassa ligeiramente a linha da mandíbula, mantendo uma largura máxima de 6 cm até a região geniana, deixando tanto esse segmento quanto o pescoço ausentes de pelos. O traçado superior em curva ligeiramente quebrada termina na mesma altura da comissura labial, unindo aqui a lateral do bigode ao cavanhaque.
Frequentemente, é solicitado um preenchimento triangular central de base superior unindo o lábio inferior ao cavanhaque.
O autor pede exames pré-operatórios de rotina e realiza o procedimento em clínicas bem aparelhadas ou hospitais, que são a preferência, sendo a anestesia local com sedação assistida por anestesiologista. Tanto o FUT quanto o FUE podem ser utilizados.
Para Dr. Leão, o fio longo, principalmente na cirurgia da barba, é fundamental para a correta direção e angulação dos enxertos em relação à pele da face: na barba, deve ter uma inclinação de 20 graus. A densidade cosmética aceitável para uma boa restauração capilar em paciente imberbe gira em torno de 8 a 10 mil fios, numa média estimada entre 25 a 30 UFs por cm2.
Para colocação dos enxertos, a preferência do autor é pelo stick and place.
O pós-operatório imediato é simples e pelos transplantados seguem a mesma evolução daqueles destinados ao tratamento da calvície.
CONCLUSÃO: a técnica do transplante de barba cresce exponencialmente em todo o mundo. O transplante de barba é hoje uma realidade. Os pacientes geneticamente imberbes ou que têm suas barbas falhadas, ou, ainda, querem camuflar cicatrizes inestéticas da face em regiões de barba, encontram nessa cirurgia a realização de um sonho.
Folículo - Edição 25