Exploring Safe Donor Follicle Harvesting in Follicular Unit Excision: A Comprehensive Review.
Análise da Dra. Suellen Ramos
Artigo original por: Anil K. Garg A.K., MBBS, MS, MCh, FISHRS I Bhandari Marg, Indore, India. Seema Garg, MBBS, MSc, FISHRS I Bhandari Marg, Indore, India
O artigo (leia a versão original aqui) propõe a realizar uma revisão de literatura sobre a área doadora segura do transplante capilar, trazendo definições e conceitos relevantes. Já inicia ressaltando que a cirurgia de restauração capilar pela técnica de extração da unidade folicular (FUE), é um procedimento muito seguro quando realizado por profissionais experientes e com habilidade para tal. Caso contrário, drásticas sequelas podem ser observadas na área doadora e receptora.
Sobre as consequências negativas na área doadora, o artigo destaca a extração excessiva de unidades foliculares, ou seja, além da capacidade segura de doação daquela área. Tal ato levaria a marcadas rarefações e cicatrizes evidentes. Mencionam sobre o “efeito de transparência”, que seria a visualização do fundo do couro cabeludo na área doadora residual.
Para entendermos o conceito de extração segura, o artigo propõe que compreendamos os seus 3 componentes principais: definição da área doadora segura, determinação da densidade segura de extração e colheita saudável das unidades foliculares.
A área doadora segura é aquela cujo folículos não sofrerão com o processo de miniaturização, ou seja, não são andrógenos dependentes. A extração de folículos fora desta área comprometeria o resultado do transplante capilar, pois com o tempo esses folículos poderiam sofrer os efeitos na alopecia androgenética, levando a redução no volume final da área receptora.
A determinação da densidade segura de extração consiste em saber quantas unidades foliculares podem ser extraídas em determinada área sem gerar consequências inestéticas para a região doadora. Assim, a densidade residual, ou seja, folículos que permanecem na região doadora após a extração, continuaria promovendo uma cobertura satisfatória para o paciente. Estima-se que a extração média de 20 a 25% do total de folículos/cm2 seria uma taxa segura para cumprir esse objetivo.
A colheita saudável das unidades foliculares diz respeito a evitar transecções parciais e totais, extraindo os enxertos de forma íntegra, a fim de manter sua viabilidade. Destaca-se a importância da habilidade cirúrgica do médico especialista para alcançar essa meta. O artigo alerta ainda sobre a importância da escolha do diâmetro adequado do punch para a extração das unidades foliculares. Apesar de punches menores e delicados serem a escolha ideal para gerar cicatrizes mais sutis, por outro lado podem aumentar a taxa de transecção, principalmente quando se trata de cirurgiões pouco experientes.
Por fim, outro ponto relevante que o artigo destaca é a importância de um bom alinhamento pré-operatório sobre as expectativas do paciente com a realidade de cada área doadora. É fundamental evitar a venda exagerada e a promessa de resultados super promissores, a fim de não super explorar a área doadora e extrair folículos além da sua capacidade de doação saudável. Neste momento que antecede o procedimento cirúrgico é importante avaliar a possibilidade de progressão da alopecia androgenética do paciente, a real capacidade da área doadora, alinhando também com a própria a habilidade cirúrgica do profissional. Deste modo a exploração consciente da área doadora estaria preservada.
Dra. Suellen Ramos
- CRM 212624
- RQE 85062
- Médica Dermatologista pelo Hospital Federal de Bonsucesso/RJ
- Fellow em tricologia pela FMUSP
- Fellow em transplante capilar pelo HSPM
- Membro da SBD e ABCRC
- Médica do Grupo Wells