Resumo do artigo intitulado Achados Tricoscópicos Pós-Cirurgia de Restauração Capilar
Por Karen Fernandes de Oliveira, MD
O estudo foi realizado em uma clínica privada de dermatologia e restauração capilar em São Paulo, Brasil. Os autores descrevem os achados tricoscópicos em 45 pacientes submetidos à cirurgia de restauração capilar e acompanhados por doze meses após a cirurgia. Nenhum dos pacientes desenvolveu qualquer doença capilar.
A cirurgia de restauração capilar tornou-se um procedimento bem estabelecido como método diagnóstico não-invasivo para doenças do cabelo e couro cabeludo. Os dados sobre a tricoscopia após a cirurgia de restauração capilar são limitados, portanto, este artigo visava estudar os achados tricoscópicos após a cirurgia de restauração capilar.
Foram incluídos 45 pacientes do sexo masculino com pele e cabelos caucasianos, com idade média de 47 anos. Todos os pacientes foram submetidos a transplante capilar FUE (extração de unidade folicular) usando punções motorizadas, com sítios feitos com agulhas 19G e 21G. Os intervalos dos exames não foram especificados, mas a tricoscopia foi realizada durante o período de acompanhamento de doze meses.
Foram observados dois achados tricoscópicos comuns:
1. Fios circulares (aparência enrolada ou em espiral das hastes capilares) - observados em 32 pacientes, geralmente 14 a 40 semanas após a cirurgia. Fios circulares também são vistos no crescimento de cabelos na alopecia areata e na alopecia induzida por quimioterapia.
2. Fios em ponto de exclamação (estreitamento da haste mais próximo ao couro cabeludo, dando uma forma de ponto de exclamação) - observados em 21 pacientes, geralmente entre 3 e 13 semanas após a cirurgia. Estes também são marcadores tricoscópicos de alopecia areata.
Os autores levantam a hipótese de que esses achados podem estar relacionados ao crescimento do cabelo em um epitélio com alterações inflamatórias pós-cirúrgicas e queda/crescimento temporário do cabelo após a cirurgia.
Como conclusão, o estudo recomenda realizar a tricoscopia rotineiramente após a restauração capilar para estabelecer achados pós-cirúrgicos normais e permitir a detecção precoce de quaisquer alterações patológicas, como foliculite ou líquen plano pilar.
Referência: Leila David Bloch, Helena Rocchetto; Trichoscopic Findings Post Hair Restoration Surgery. Skin Appendage Disord 2023.